quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ecos do 1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa (VI)

Pedro Palhares, professor de Matemática na Universidade do Minho, e também bom xadrezista, fez questão de enfatizar a ligação do xadrez ao ensino da matemática.

Começou por dizer que um simples tabuleiro de xadrez pode estabelecer relações com a Matemática.

Por exemplo, quantos quadrados se podem considerar num tabuleiro de xadrez?

Serão apenas os 64 quadrados visíveis do tabuleiro?

Serão 65 porque o próprio tabuleiro é também um quadrado?

Ou serão muitos mais pois existem outros ocultos que não são visíveis à primeira vista como sejam grupos de quadrados de 2 por 2 ou de 3 x 3 e assim sucessivamente?

Tab.2

Podem-se fazer múltiplos exercícios estabelecendo relações com a matemática.

Por exemplo:

Quantos caminhos tem a torre de a8 para chegar a h8?    

                                                                                                                 image

Quantos lances terminam em mate quando a soma dos conjuntos dos seus movimentos é a menor possível?

É incrível a quantidade de combinações que se podem fazer no xadrez (10 ^123) !

A aposta continuada no xadrez parece ir no bom sentido pois o xadrez desenvolve competências que nos ajudam a adaptar à vida real.

 

O jogo de xadrez tem 1 objectivo que é ganhar, tal como na vida competitiva do dia a dia. Agora o que importa é ensinar a aceitar a derrota e a saber ganhar.

É errado dizer que no jogo de xadrez é indiferente ganhar ou perder. Errado porque o objectivo do jogo é dar xeque-mate, o que significa ganhar. O “Laisser faire, Laisser passer, não tem aqui lugar. É anti-pedagógico dizer isso.

Uma das formas para desenvolver a visão espacial poderá ser trabalhar com o aluno de costas viradas para o tabuleiro.

O professor pode colocar, por exemplo, uma Tore na casa h3 e pedir ao aluno para regressar com essa peça ao mesmo ponto de partida podendo a Torre avançar na coluna H mas sem poder recuar nessa mesma coluna. A medida que for jogando a Torre o professor vai colocando um peão em casa lateral à Torre para dificultar o trajecto de retorno da Torre. Por ex., jogando Th4 pode colocar um peão em f4. Jogando Th5 colocar um peão em f5, etc. Ao fim de vários lances perguntar ao aluno em que casas estão colocados os peões?

Se o aluno responder correctamente isso significa que desenvolveu a sua capacidade de visão espacial.

Como fica aqui demonstrado existe uma transversalidade do xadrez no ensino, tanto nos diferentes escalões etários como nas diferentes disciplinas e de um modo particular à Matemática.

Continuaremos, nos próximos dias, a revelar neste blog mais algumas experiências e reflexões partilhadas neste 1º Congresso de Xadrez Pedagógico.

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